Necessidades básicas

Necessidades básicas

As necessidades humanas foram esquematizadas na famosa Pirâmide de Maslow, com a demonstração, a partir dos estudos originários dela, de que as pessoas humanas só atingem os elevados patamares da criatividade e da realização pessoal após satisfeitos os requisitos básicos de sobrevivência, tais como a alimentação, descanso, saneamento, entre outros.

Ou seja, as capacidades humanas que são desenvolvidas para a inovação tecnológica, para a criatividade artística, para a eficiência no trabalho e para o aproveitamento educacional, só podem ser estimuladas por meio de uma rede articulada de iniciativas e políticas públicas que visem à superação das mais essenciais carências, inerentes a todo ser humano.

A pena de Graciliano Ramos em “Vidas Secas” e as tintas de Portinari nos “Retirantes” são ilustrações simbólicas dessas trevas desumanizantes, que tão mal fazem à Sociedade. Personagens que de tão carentes de quaisquer elementos mais fundamentais à condição digna confundem-se com a paisagem agreste, com os animais esquálidos e com a vegetação inerte.

Retirantes de Candido Portinari: análise e interpretação do quadro -  Cultura Genial
“Os Retirantes” – Cândido Portinari

O único objetivo que os mantém vivos é a luta pela sobrevivência. Buscam a superação, ainda que inconscientemente, dos primeiros degraus daquela pirâmide… E nessa jornada incessante, toda a energia criativa, inerente à condição humana, é desperdiçada. Quantas ideias, quantas soluções, quantas inovações não se perderam nas brumas da exclusão social?

ANDRÉ NAVES

Especialista em Direitos Humanos e Sociais.
Defensor Público Federal. Escritor, Palestrante e Professor. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural.
Colunista do Instituto Millenium, além de diversos outros meios de comunicação. www.andrenaves.com