Assembleia Geral Extraordinária da ONU de 28 de fevereiro de 2022: a ONU abraçou definitivamente o “ESG”

Assembleia Geral Extraordinária da ONU de 28 de fevereiro de 2022: a ONU abraçou definitivamente o “ESG”

Não há justificativa razoável para a violência perpetrada pela Rússia contra a soberania ucraniana. Ainda que sejam alegadas as mais torpes e fantasiosas razões, os custos humanos e sociais são grandes demais, e não se limitam àquela exclusiva região. As relações econômicas e sociais, em um contexto de cada vez mais integrada globalização, são atualmente interdependentes: os efeitos danosos do conflito rapidamente reverberam por todo o globo.

Dessa maneira, as Nações Unidas convocaram urgentemente seu Conselho de Segurança para deliberar sobre o tema e tentar buscar saídas pacíficas para o evento desditoso. Como o referido Conselho é, atualmente, presidido pela Federação Russa, que, além disso, possui assento permanente e poder de veto, não houve saída pacífica possível. Nessa esteira, foi convocada uma Assembleia Geral Extraordinária da ONU, em que todos os países membros terão direito a voz e voto, para que se aumente a pressão política da comunidade internacional sobre a Rússia.

Em artigo publicado no “NY Times” de hoje (28 de fevereiro de 2022), Thomas L. Friedman fala que estamos vivendo a 1 guerra de um mundo interconectado. São imagens, relatos e informações que circulam o globo em tempo real. A revista semanal britânica “The Economist” mostra que a hashtag #нетвойне (#nowar) foi uma das mais compartilhadas nos centros urbanos russos e europeus. O drama pelo que passam milhares de civis ucranianos é compartilhado por toda humanidade.

A opinião pública, portanto, de posse desse feixe de dados, pressiona os atores públicos e privados a que busquem uma saída pacífica para a situação em que o mundo se encontra. Pressionados pelos cidadãos sedentos de paz e sustentabilidade, os países e os empreendimentos têm criado, progressivamente, sanções econômicas, políticas e morais para que a Rússia retire, imediatamente, suas tropas do solo ucraniano. Até mesmo a diplomacia suíça, quebrando uma consolidada tradição de neutralidade, condenou abertamente as ofensivas de Moscou.

A Paz é da essência do bloco “ESG”, como já ressaltado anteriormente, pois qualquer iniciativa econômico-social estará eivada das máculas da insustentabilidade se germinarem em campos adubados pela violência. Pode-se ressaltar, dessa maneira, que não há desenvolvimento econômico e social sustentado, e a opinião pública global está atenta a isso, enquanto o pilar “ESG”, do qual a Paz constitui sustentáculo maior, não for respeitado e reforçado.

ANDRÉ NAVES

Especialista em Direitos Humanos e Sociais.
Defensor Público Federal. Escritor, Palestrante e Professor. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural.
Colunista do Instituto Millenium, além de diversos outros meios de comunicação. www.andrenaves.com