Israel genocida?? Quanta Bobagem!!
É sempre uma lástima perceber como os velhos males da Humanidade continuam mais vivos que nunca, assumindo, por vezes, aparências mais sofisticadas e interessantes, mas mantendo sua mesma essência fétida e bolorenta de pura injustiça e iniquidade. Com o antissemitismo ocorre exatamente isso. Tem muita gente, supostamente de uma dita elite intelectual crítica, mas que não sabe nem arrumar a própria cama, que se diz antissionista para escamotear seu perverso e odioso antissemitismo.
Pior: passam longe de ter uma pálida noção do que seja o sionismo. É sempre importante ressaltar que esse é um termo preciso, que quer afirmar, unicamente, o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel). Nada mais, nada menos.
Pior ainda é quando tomam a figura do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu como uma mimetização do povo de Israel. Esquecem-se da diversidade e pluralidade, tanto política como social, de todos judeus… Esquecem-se das amplas manifestações contrárias ao governo que aconteciam até semanas antes da guerra. Esquecem-se das cores, orientações sexuais, manifestações religiosas, existentes, e respeitadas, lá. Esquecem-se, ao condenar a única Democracia do Oriente Médio, que eles só possuem o direito de proferir tantas asneiras por viverem, também, em regimes democráticos.
Mas essa é a ideologia dominante nas bocas e mentes dos supostos membros da elite intelectual mundial, presos em torres de marfim plenas de platitudes e baboseiras, que, totalmente divorciados do pensamento popular, insistem no antissemitismo e na exclusão social. E o pior é que essa gentalha, tão cheia de si e arrogante, aparelha os organismos de governança local e mundial. Essa é, assim, a correia de transmissão que faz com que o antissemitismo permaneça vivo.
Ou seja, o Estado de Israel sofre violências institucionais permanentes que, sob o ignóbil pretexto de serem antissionistas, são tão somente antissemitas. O terror do dia 07 de outubro de 2023 parece até nunca ter existido. Ignora-se o direito à autodefesa de Israel. Vale lembrar que Genocídio é o extermínio sistemático de pessoas tendo como principal motivação as diferenças de nacionalidade, raça, religião e, principalmente, étnicas. Onde estão esses requisitos? Onde está o desejo de aniquilar Gaza?
Só há um desejo: 2 Estados, lado a lado, em Paz, Justiça e Liberdade!
O Brasil, ao apoiar essa estrovenga, cai em uma armadilha estratégica gritante. É que ele abre um flanco para que dramas e injustiças típicas do solo nacional sejam levadas à mesma corte, aparelhando medidas protecionistas, travestidas de humanitárias, contra os produtos brasileiros. Imaginem os prejuízos que poderiam sofrer, entre outros, o agronegócio brasileiro, se alguém acusar nosso Estado de genocídio contra os Yanomami, por exemplo?
Além disso, ao se alinhar com autocracias contra Democracias, o Brasil se apresenta como pouco ou nada confiável. Em um momento em que diversos investimentos internacionais buscam novas moradas, num processo conhecido como “friendlyshoring”, o Brasil resolveu se aliar ao que de pior há no mundo, afugentando esses recursos. Essa carestia reflete em piores condições de vida individual, fomemtando os fantasmas da violência e do extremismo.
Eu ia terminar exclamando a vergonha que sinto por ser brasileiro. Mas não seria verdade! Não sinto vergonha de minhas raízes verde-amarelas. É impossível, para mim, não me orgulhar das músicas de Villa-Lobos, dos quadros de Portinari, da Literatura de Guimarães Rosa, da Poesia de Vinícius de Moraes. A verdade é que tenho asco dos atuais governantes de nosso país que buscaram a mentira autocrática, e nunca serão dignos da verdade democrática!
ANDRÉ NAVES
Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Economia Política.
Defensor Público Federal. Escritor e Professor.
Colunista do Instituto Millenium, do “Esh Tá na Mídia”, além de diversas outras mídias de comunicação.
Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência Intelectual, além de diversas instituições voltadas à Inclusão Social.
Membro do LeCulam, da FISESP (Grupo de Inclusão das Pessoas com Deficiência da Federação Israelita de São Paulo).
Embaixador do Instituto FEFIG, para a promoção da Educação.
Membro do LIDE – Inclusão.
Comendador Cultural.
Autor do livro “Caminho – A Beleza é Enxergar”.
www.andrenaves.com
Instagram: @andrenaves.def