O Vaidoso!

O Vaidoso!

Dizem que quem fala o que quer, ouve o que não quer. Longe de mim desqualificar o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, mas a arrogância é o ensaio do erro. Tenho certeza de que ele é extremamente qualificado, tendo, já, prestado inestimáveis serviços ao Brasil.

Infelizmente, esse excesso de honrarias e títulos acabou por o fechar em uma prisão de vaidades e puxa-saquismo, totalmente desconectada da realidade. É que a autocrítica é essencial à formação de toda declaração eivada de bom senso. E sempre que estamos fechados em bolhas que só geram aplausos, e nunca objeções, acabamos nos tornando vulneráveis ao desastre e à bobagem.

            Foi assim com as recentes declarações dadas por Amorim, quando ele culpou a postura israelita pelos ataques do Hamas. Guardadas as devidas proporções, seria como se ele culpasse a saia curta de uma eventual vítima pelo hediondo crime de estupro. Imaginem culpar a vítima, brutalmente assassinada, e tecer loas ao assassino? Parece que foi o feito também.

Ao invés de admitir a enorme parcela de responsabilidade do grupo Hamas na edificação de estruturas sociais excludentes palestinas, que só reproduzem misérias e negam os mais básicos direitos humanos ao povo palestino, ele preferiu prefaciar um recente livro elogioso ao esquadrão tirânico, reconhecendo na horda terrorista uma pretensa “dimensão internacional apta a concretizar os direitos da população de Gaza”.

Ou seja, toda pessoa vaidosa ao extremo perde a conexão com o outro: é a incapacidade de ouvir o diferente que dá origem a esse tipo de aberração. Reparem que Amorim não parece ter se dado o trabalho de estudar os nuances da questão, repetindo, como papagaio que não tem consciência sobre as próprias palavras, discursos fáceis e pré-fabricados durante os anos da Guerra Fria.

Será que ele analisou o flagelo da carestia com que o Hamas chicoteia o povo palestino? Será que foi levada em conta a máquina de ódio e propaganda contra os judeus que é imposta, desde a primeira infância, à população de Gaza? Parece que não…

Celso, celebrar o terrorismo do Hamas e de outros grupos, é apertar o garrote que pesa contra a população palestina. Comemorar a morte de Pessoas Inocentes é perder todo o luminar humano que gera a civilidade. É degenerar em barbárie animalesca.

Promover a dignidade humana e os Direitos Humanos é a melhor maneira de se combater o fascismo!

ANDRÉ NAVES

Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Economia Política.

Defensor Público Federal. Escritor e Professor.

Colunista de diversos outros órgãos de comunicação.

Conselheiro Voluntário de diversas instituições voltadas à Inclusão Social.

Embaixador do Instituto FEFIG, para a promoção da Educação.

Membro do LIDE – Inclusão.

Comendador Cultural.

Autor do livro “Caminho – A Beleza é Enxergar”.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

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