Autor: Andre Naves

Viva a Democracia!

A Democracia não é um porto seguro em que se atraca, mas um oceano em que se navega!

É uma sinfonia em constante composição, cuja partitura são os Direitos Humanos e cuja regência pertence à vontade da maioria — uma vontade que só se torna sublime quando aprende a modular seu volume para que os solos mais delicados, os dos grupos minorizados, possam ser ouvidos e aplaudidos.

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Uma Colheita Obrigatória – só há Liberdade com Responsabilidade

A voz do Povo é a voz de D´us! A sabedoria popular e ancestral se impõe com a força de uma lei natural: o plantio é opcional, mas a colheita é compulsória. Esta máxima, que rege os ciclos da terra, deveria também governar as nossas vidas em sociedade. Contudo, vivemos uma era que parece querer negar essa verdade, uma era que anseia pela liberdade do plantio sem o ônus da colheita.

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Falstaffone!

            O Zé adorava repetir uma frase do Borges.

Na verdade, eu não me lembro bem.. Parece que era uma que falava que a Verdade é só mais uma espécie de Ficção.

Esse, assim como outros ensinamentos preciosos, era um vibrante rubi em meio aos pedregulhos de meu talento.

Tinha outro também que ele sempre me ensinou. Era meio que um sacerdócio por parte dele: me treinar, me adestrar, me alfabetizar… O escritor é um operário, resmungava naquele sotaque d´Azinhaga.

Pr´escrever a gente senta e´screve…

Scritor, s´cerdot, op´rário…

Mas tem um rubi que reluz com tanta força em meu tesouro de pedras que parece até o Sol se pondo… Sabe aquelas cores meio alaranjadas, vermelhosas, berrantes, já chegando num vinho, e que ofuscam os olhos?

Pens´na minha Jangada de Pedra… Ela que escolhe os rumos que toma! O ´scritor só põe no papel! Ela caminha pr´onde o vento sopra… Personagem é assim. Ele é o patrão. O ´scritor, op´rário. Manda quem pode, obedece quem tem juízo!

Esses dias fomos, Ana Rosa e eu, na ópera Falstaff, ali no Theatro São Pedro. Ele é um exemplo desse senhorio das letras… Começou como um figurante numa peça de Shakespeare. Aos poucos tomou fermento.

É que o Falstaff tem aquele charme de todo barrigudo, beberrão, quando não tá tão perto… É um anti-herói, meio picaresco, que se mete em confusão, mas sai com artimanha e carisma e acaba gerando um elo de afeto…

Sabe o Leôncio do Pica-Pau? Falstaff é meio assim…

Acabou encantando os italianos. Rossini era meio Falstaff, mas quem colocou a ópera na partitura foi Verdi, o compositor da unificação! Um personagem de Shakespeare cantando em italiano é sempre meio pitoresco… Caricato…

E se eu te falar que acontece muito? Parece até que ele fugiu do fog londrino e escolheu uma temporada de Sol, pizza e vinho na bota! Falstaffone!

Personagem é assim, né? É ele que escolhe os rumos e os passos… O escritor precisa de humildade para entender e agradecer. O verdadeiro reconhecimento é esse: sair de cena!

No fim, escrever não é oratória…

É “escutatória”…

Tutto nel mondo è burla!

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

Conselheiro do Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló.

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Instagram: @andrenaves.def

Carta Aberta ao Cássio, um grande herói brasileiro!

          Querido Cássio, herói do Corinthians, herói do Cruzeiro, herói do Brasil!

Nesse momento o clubismo passa longe, e todos nós brasileiros solidarizamo-nos com seu drama.

Entretanto, acredite, essas dores também são de muitos brasileiros, principalmente dos desassistidos. Que sua voz una-se a de todos nós, ativistas pela Inclusão Social e pela Educação Inclusiva.

A história de Maria Luíza, sua filha, não é apenas um caso isolado de exclusão; é um a exposição de um fedor que exala da ferida aberta e sistêmica em nossa sociedade. A sua voz, amplificada pela admiração que o Brasil tem por você, Cássio, transforma uma dor particular em um chamado coletivo.

A luta pela Educação Inclusiva é, em sua essência, a luta pela alma do Brasil. É a defesa da Dignidade, o combustível para a Criatividade e a mola mestra da Inovação, sendo, portanto, um pilar indispensável para o Desenvolvimento Econômico e Social do nosso país.

A recusa de uma escola em matricular uma criança com deficiência não é uma mera “falta de preparo” ou uma decisão discricionária. É uma afronta direta à dignidade humana e um ato ilegal. A Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei nº 13.146/2015) é categórica ao estabelecer, em seu Art. 27, que a educação é um direito da pessoa com deficiência, assegurando um “sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida”.

Recusar matrícula é crime, previsto no Art. 8º da Lei nº 7.853/89. Portanto, a atitude dessas escolas em Belo Horizonte, como você bem disse, é nefasta e nojenta não apenas moralmente, mas também juridicamente. A Inclusão não é um favor; é um direito inalienável que garante que cada indivíduo seja visto em sua plenitude e potencial.

Um ambiente escolar homogêneo, que segrega o “diferente”, é um ambiente intelectualmente pobre. A Criatividade floresce no encontro de múltiplas perspectivas. Crianças que convivem com a diversidade desde cedo aprendem a resolver problemas de formas inovadoras, desenvolvem a alteridade, a colaboração e a flexibilidade cognitiva — habilidades essenciais para a economia do século XXI.

Quando uma escola exclui uma criança como a Maria Luíza, ela não está apenas negando um direito somente a ela. Está roubando de todos os outros alunos a oportunidade de crescerem como seres humanos mais completos e cidadãos mais preparados. Está privando a sociedade de futuros profissionais que enxergam o mundo para além das caixas e dos padrões. A inovação social e tecnológica depende de mentes que foram ensinadas a acolher, e não a excluir.

Os números mostram que, felizmente, a luta pela inclusão tem gerado frutos. Segundo dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2024, 91% das matrículas de estudantes com deficiência na Educação Básica em 2023 foram realizadas em classes comuns. Isso demonstra que a inclusão é a regra e o caminho que o Brasil escolheu seguir.

Contudo, o desafio permanece imenso. A mesma pesquisa aponta que a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência é de 19,5%, um abismo quando comparada aos 4,1% entre pessoas sem deficiência. Isso nos mostra que não basta matricular; é preciso garantir a permanência, o aprendizado e o desenvolvimento pleno.

A exclusão não acontece só na porta da escola, mas dentro dela, na falta de recursos, de formação de professores e de um olhar verdadeiramente acolhedor.

Cássio, convido-o para uma “grande luta”! A sua fama, seu dinheiro e sua penetração social, são ferramentas poderosas para amplificar a voz de milhares de pais e mães anônimos que enfrentam essa batalha todos os dias.

Investir em Educação Inclusiva é a política econômica mais inteligente que uma nação pode adotar. Gera retorno em capital humano, em coesão social, em redução de desigualdades e no fortalecimento da nossa democracia. Cada criança incluída hoje é um cidadão mais autônomo, produtivo e engajado amanhã.

Que a sua voz, Cássio, se una à nossa. Vamos juntos construir um Brasil onde nenhuma criança fique para trás, onde ninguém solte a mão de ninguém. Um país onde a beleza da diversidade humana seja celebrada em cada sala de aula, transformando nossas escolas em verdadeiros berços de um futuro mais Digno, Criativo e Justo para todos.

Conto com você. Conto com todos nós.

Um forte e esperançoso abraço.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

Conselheiro do Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló.

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A Diversidade é nossa Riqueza!

O Brasil chegou a um ponto de exaustão. Esse cansaço cívico nasce de uma manipulação insólita e detestável: enquanto nossos problemas mais urgentes — o desmonte da Educação Pública, a agonia da Saúde Pública, a Insegurança individual e social, o Desmatamento que queima nosso Futuro, a Desindustrialização que nos torna dependentes… — se aprofundam, nossos símbolos nacionais são sequestrados. Foram capturados por grupos políticos personalistas e oportunistas, transformados em estandartes de facções, e não da Nação.

É preciso dizer o óbvio: acima das ideologias sectárias e dos projetos de poder, pulsa a Nação brasileira!

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Democracia à Prova: A Exclusão de 14 Milhões de Brasileiros e o Futuro do Brasil

Após as trevas de um passado autoritário, o Brasil renasceu em 1988 com uma promessa gravada em sua nova Constituição: a de ser um Estado Democrático de Direito. Este pilar, fincado no artigo 1º da nossa Carta Magna, define que a nação brasileira é, por essência, uma democracia submetida ao império da Lei e da Justiça.

Pensar o Brasil fora desse espectro é como tentar misturar água e óleo; o autoritarismo é, e sempre será, incompatível com o nosso projeto de país.

Mas o que, de fato, significa viver em uma Democracia? Engana-se quem a resume à simples vontade da maioria. A verdadeira Democracia floresce quando a vontade da maioria se curva para respeitar, proteger e promover a dignidade dos grupos minorizados. Sua finalidade última é a concretização e o aprofundamento dos Direitos Humanos. Sem esse compromisso, a Democracia é apenas uma palavra vazia.

Se sem Democracia não há Brasil!

Sem Direitos Humanos não há Democracia!

E o que são eles? São a materialização dos cinco direitos fundamentais que garantem nossa plenitude: Vida, não como mera sobrevivência, mas com saúde, educação, trabalho digno e lazer; Liberdade, não como um cheque em branco, mas como um ato de expressão atrelado à responsabilidade; Igualdade, como a base para que todos possam se desenvolver; Propriedade, não apenas de bens, mas de nossas crenças, saberes e do nosso próprio corpo; e Segurança, que vai muito além do enfrentamento ao crime, alcançando a certeza de ter o que comer, onde morar e um clima que nos permita existir.

Quando incluímos dignamente cada cidadão nesse pacto, a Democracia se fortalece num ciclo virtuoso. É que cada ser humano é único, e possui um cabedal de aptidões e limitações. Dessa maneira, coletivamente, os pontos fortes de uns complementam os pontos fracos dos outros, e vice-versa. Ou seja, sociedades mais diversas e plurais são mais dinâmicas, criativas e prósperas.

No entanto, a realidade do Brasil revela uma ferida aberta. Somos um país que, historicamente, exclui, deixa para trás, as individualidades diferentes: pessoas minorizadas por sua etnia, orientação sexual, origem social… Não por falta de leis — nossa legislação para pessoas com deficiência (PCDs), por exemplo, é uma das mais avançadas do mundo —, mas por uma ausência crônica de políticas públicas estruturantes e por uma cultura adoecida pelo capacitismo. Por isso a necessidade de os diferentes indivíduos darem as mãos coletivamente para pressionarem por políticas públicas que tirem as leis do papel e melhorem a realidade nacional.

Os dados recém-divulgados do Censo 2022 são um soco no estômago da nossa consciência nacional. O IBGE revela que 14,4 milhões de brasileiros com dois anos ou mais vivem com alguma deficiência, o que representa 7,3% da população. Pela primeira vez, o Censo também nos deu um número oficial de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA): mais de 2,4 milhões de cidadãos. São números que gritam, mas que o Estado parece ouvir com um silêncio ensurdecedor.

Essa exclusão se materializa de forma cruel na educação. Entre as pessoas com deficiência com 25 anos ou mais, impressionantes 63,1% não concluíram sequer o ensino fundamental. Apenas 7,4% alcançaram um diploma de ensino superior. Essa barreira educacional é um muro que os impede de chegar ao mercado de trabalho. A Lei de Cotas, embora meritória, patina. Falta fiscalização, falta sensibilidade e, acima de tudo, falta uma mudança de mentalidade nas empresas e um Estado que invista em formação inclusiva.

Quando falamos de inclusão, o buraco é mais embaixo. Apenas vergonhosos 15,2% das ruas do país possuem rampas. Mas as barreiras mais cruéis são as invisíveis: o capacitismo estrutural que nos faz duvidar da capacidade alheia; a burocracia de um laudo médico que se torna uma sentença para o exercício de um direito; o transporte público que aprisiona em vez de libertar; a ausência de representatividade política.

Felizmente, há luzes no fim do túnel. No Congresso Nacional, duas iniciativas merecem nossa atenção e apoio:

1. O Projeto de Lei 739/2024, já aprovado no Senado, que permite o uso do Cadastro-Inclusão como prova de deficiência, desburocratizando o acesso a direitos e validando a avaliação biopsicossocial prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência.

  • Na Câmara, o PL 2630/2021, que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TDAH, um passo crucial para garantir ações integradas na saúde e na educação.

Esses projetos podem se tornar marcos civilizatórios, mas não são a solução final. É urgente regulamentar a avaliação biopsicossocial em todo o país, garantir verbas para políticas inclusivas e, acima de tudo, consolidar o protagonismo das pessoas com deficiência na construção das soluções que lhes dizem respeito, como clamou a 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

A inclusão não é um ato de caridade. É uma questão de justiça social, de desenvolvimento humano e, em última análise, de sobrevivência democrática. E para que ela saia do papel, o Brasil precisa de menos discursos e mais coragem institucional, projeto político e um compromisso ético inabalável com a dignidade de cada um de seus filhos e filhas.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

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“Adultizando” e o Abandono da Educação no Brasil

O recente e necessário documentário “Adultizando”, do youtuber Felca, cumpre um papel brilhante ao escancarar a perversidade da adultificação infantil e os perigos da superexposição de crianças nas redes sociais. A obra é um soco no estômago, um alerta indispensável contra uma cultura que flerta perigosamente com a exploração e até com o incentivo à pedofilia.

Recomendo fortemente que todos assistam.

No entanto, ao olharmos para além do imediato, o documentário tangencia uma ferida ainda mais profunda e estrutural do nosso país. Entre uma cena e outra de crianças imitando rotinas e vaidades ostentatórias de adultos vazios, emerge um sintoma assustador: o desprezo explícito pela educação.

Pra essas crianças, a escola é um peso, o conhecimento é um obstáculo e o sonho não é ser, mas ter. O materialismo, despido de qualquer pudor, se apresenta como o valor supremo, ofuscando pilares como o trabalho, a ética e a própria construção do saber.

Este é o epicentro do nosso drama. Aliás, o documentário deveria ter dado mais atenção para essa indigência moral, e deixado o sensacionalismo em suspenso, um pouco… Uma criança materialista hoje é o projeto de um adulto que, amanhã, enxergará nos próprios filhos uma nova fonte de renda, um produto a ser monetizado. Inicia-se, assim, um ciclo vicioso e devastador, onde a infância é sequestrada e o futuro, aniquilado.

Mas seria simplista culpar apenas os pais. Todos eles são culpados, claro, mas não são a causa, e sim a consequência de um abandono muito maior. Muitos desses pais foram, eles mesmos, crianças cujos direitos foram negligenciados, crescendo em um ambiente de miséria, desigualdade e, sobretudo, de uma educação precária.

Uma educação que não dialoga com suas realidades, que não acende a chama da curiosidade e que parece anacrônica diante das linguagens e dos anseios das novas gerações. Quando a escola falha em apresentar um caminho de esperança e propósito, o apelo vazio da fama instantânea e dos “likes” se torna um canto de sereia irresistível.

É aqui que reside nossa maior responsabilidade como sociedade.

Compete aos educadores, aos gestores públicos e a todos nós entender que a solução não está em demonizar a tecnologia, mas em ressignificar a educação. Precisamos mostrar a estas crianças e jovens que aprender não é decorar fórmulas, mas desenvolver o raciocínio lógico; não é acumular informações, mas cultivar habilidades socioemocionais… É, em outras palavras, aprender a aprender!

Em um mundo onde a inteligência artificial avança para automatizar tarefas técnicas, o que nos restará de essencialmente humano será nossa capacidade de sentir alteridade, de colaborar, de criar, de resolver problemas complexos com um olhar que a máquina não possui.

A criatividade, a resiliência e o pensamento crítico não são matérias de um currículo, mas a própria essência de uma formação que liberta.

O desprezo pela educação que “Adultizando” nos mostra de relance é um grito de alerta. Ignorá-lo é nos contentarmos em tapar o sol com a peneira, enquanto as fundações do nosso futuro social se esfarelam. A verdadeira beleza não está em enxergar o sucesso efêmero de um vídeo viral, mas em construir um caminho sólido onde cada criança possa enxergar, através do conhecimento, a potência infinita do seu próprio ser.

O fogo da Esperança precisa ser mantido aceso, e a Educação é o único combustível capaz de alimentá-lo!

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

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Um Galo?

Já contei, né? É tem a turma que vai chegando depois…É sempre assim: cada um chega na sua hora certa! Por isso eu acho legal repetir… Aliás, ninguém morre de mesma história de novo…

Então vambora! Cêis já sabem que eu faço exercícios todos os dias bem cedinho… Antes do Sol raiar, eu já tô de pé.

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O Farol e a Democracia – Afinal quem é a DPU?

O Brasil de 1988 não foi apenas o nascimento de uma nova Constituição; foi a promessa de um grande mosaico. No rascunho de nossa Carta Magna, sonhamos com uma obra de arte coletiva, onde cada cidadão seria uma peça única e essencial, compondo um painel de Diversidade, Justiça e Direito.

Imaginar o Brasil fora desse desenho é renunciar à própria beleza de sua identidade, é preferir um muro cinza e uniforme a uma obra vibrante, colorida e plural.

Resumindo, sem Democracia não há Brasil!

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Voa, Passarinho!

A amanhece de novo aqui. Chego dos meus exercícios e mergulho no abraço confortável do banho. Visto o terno e me sento diante dos jornais. E então, uma melodia de perfumes, sobe o cheiro do café que a Ana Rosa, com suas mãos de pianista, vai tocando.

É nessa rotina sagrada que o meu camarote ganha vida. Tenho uma varanda, sabe um espacinho de um por um? É lá que pousam os artistas: uma trupe de passarinhos, pinceladas de azul e cinza, como se gotas de céu tivessem caído no meu parapeito. Vêm para o café sagrado das minhas romãs.

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As ameaças de Trump e a Resiliência do Agro Brasileiro: Uma Afronta que Exige Resposta

Há uma sabedoria antiga, que ecoa no nosso Brasil caipira, que diz que tudo começa pelo solo. Antes da indústria, da tecnologia e do mercado financeiro, existe a terra.

O Agronegócio não é chamado de setor primário por acaso; ele é a base, a viga mestra sobre a qual se ergue o edifício complexo de uma nação. Um Agro forte não é apenas uma questão de balança comercial, mas de Soberania, de Segurança alimentar e, acima de tudo, de Dignidade para o nosso povo.

Sem ele, o desenvolvimento econômico e a inclusão social se tornam promessas vazias, sem raiz para florescer.

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A Semente da Dignidade: Como Direitos Humanos, Inclusão e Criatividade Constroem nosso Futuro

Nos últimos tempos, uma brisa de bem-vinda surpresa tem soprado no debate público. Cidadãos que, por muito tempo, olharam com desconfiança para a bandeira dos Direitos Humanos, hoje se interessam e se indignam com possíveis arbítrios, invasões e injustiças. Celebro com o coração em festa esse despertar. É um sinal de que a semente da consciência, mesmo em solo árido, pode começar a brotar.

Essa preocupação recém-descoberta é a porta de entrada para um convite maior, um chamado que faço com a alma aberta: que essa luta não seja seletiva. Que a mesma energia usada para defender a si ou aos seus seja o arado que abre caminhos para todos, sem exceção.

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Inclusão: Não precisamos de um novo Código, mas de um novo Caminho

No coração do Brasil, onde a diversidade deveria ser nossa maior riqueza, trava-se um debate silencioso, mas de imensa importância: a proposta de um novo “Código Brasileiro de Inclusão”. Para quem observa de longe, pode parecer um avanço. Contudo, para quem vive a luta diária pelos direitos das pessoas com deficiência, o som é de alarme. E com razão. Como diz a sabedoria do povo, “gato escaldado tem medo de água fria”.

Essa desconfiança não nasce do nada. Ela é filha de uma longa história de promessas quebradas e direitos conquistados a duras penas, que muitas vezes permanecem como letra morta no papel. A comunidade de pessoas com deficiência, um dos grupos mais sistematicamente marginalizados em nossa nação, sabe bem o que é ter um direito reconhecido na lei e negado na porta da repartição, na rampa inexistente, na vaga de emprego que nunca chega.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), a Lei nº 13.146/2015, não é uma lei qualquer. Ela foi uma colheita, fruto de décadas de semeadura, de luta e de suor. É um estatuto moderno, alinhado com os mais elevados tratados internacionais de Direitos Humanos, como a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A LBI não é o problema. O problema é a distância abissal entre o Brasil que ela descreve e o Brasil que encontramos todos os dias.

A verdadeira urgência não está em reescrever um mapa, mas em ter a coragem de seguir o que já temos. A LBI é essa bússola moral que nos aponta o Norte. Discutir um novo “Código” agora gera o risco de nos desviar do essencial, de gastar uma energia preciosa em debates legislativos infindáveis, enquanto a vida real clama por ações concretas. É como discutir a planta de uma nova casa enquanto a nossa família está ao relento, precisando que o telhado atual seja consertado.

O que precisamos, de fato, é fazer a LBI acontecer. E isso exige mais do que tinta e papel. Exige o compromisso do Estado em fiscalizar, em alocar orçamento e em educar a sociedade. Exige que a semente da lei encontre terra fértil na consciência de cada cidadão, de cada gestor público, de cada empresário.

A inclusão não é uma concessão. É o alicerce de uma sociedade que se pretende justa. Ela se constrói no acesso à educação e à saúde de qualidade, que despertam as potencialidades que dormem em cada um de nós. Ela se firma no trabalho e no empreendedorismo, que são as chaves para a autonomia e para a dignidade que a alma humana tanto anseia.

A Lei Brasileira de Inclusão é o nosso arado. Agora, é tempo de fincá-lo fundo na terra da indiferença. É tempo de regar, com persistência e esperança, o sonho de um Brasil onde a dignidade não seja uma exceção, mas a regra. Um Brasil onde todos caibam, e onde ninguém, absolutamente ninguém, fique para trás no caminho.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

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O Tarifaço de Trump e a Chance de Resgatar a Nossa Bandeira

Como uma nuvem carregada que assombra o horizonte em dia de colheita, a ameaça de novas tarifas do presidente americano, Donald Trump, paira sobre o Brasil. A primeira reação, quase instintiva, é buscar abrigo nos manuais de comércio exterior, nas planilhas de exportação e importação, tentando encontrar uma lógica econômica para a tempestade que se anuncia.

Contudo, quem olha apenas para os números perde o essencial. A razão, aqui, não está no pasto, mas no pastor.

Se a questão fosse puramente comercial, a ameaça não se sustentaria. O Brasil, ao contrário do que o senso comum poderia sugerir, mantém uma balança comercial deficitária com os Estados Unidos. Nós compramos mais deles do que eles de nós. Além disso, inúmeras cadeias produtivas americanas dependem de insumos brasileiros, do minério ao suco de laranja. A imposição de tarifas, nesse cenário, seria como dar um tiro no próprio pé para curar uma dor de cabeça.

É preciso, então, pensar além do óbvio, olhar para além da porteira. As tarifas de Trump são menos sobre contabilidade e mais sobre ideologia. São um instrumento de pressão geopolítica, um recado duro enviado não à economia brasileira, mas ao alinhamento político que se espera de nós. Parece ser um chamado à negociação, uma demonstração de força para nos colocar num cabresto conhecido, aquele dos termos e da cartilha de Washington.

Ainda que muitos acreditem que a ameaça não se concretizará em sua totalidade, a incerteza que ela lança sobre nosso parque produtivo já causa estragos reais e silenciosos. A incerteza é como geada fora de tempo: queima os brotos da confiança, congela investimentos, adia contratações e deixa um rastro de apreensão no coração de quem produz e de quem trabalha. E esse prejuízo, essa angústia, não escolhe cor partidária nem candidato de preferência.

E é justamente aqui, na dor indiscriminada desta ameaça, que reside uma oportunidade preciosa, quase sagrada. Por tempo demais, nossos símbolos nacionais, a começar pela nossa bandeira, foram sequestrados por ideologias sectárias. O verde, o amarelo, o azul e o branco, que deveriam representar a união de um povo em sua diversidade, tornaram-se uniformes de trincheiras políticas, erguidos mais para dividir do que para abraçar.

O tarifaço, em sua brutalidade indiscriminada, nos lembra de uma verdade fundamental: somos um só Povo! A ameaça à nossa produção, ao nosso emprego e à nossa soberania atinge a todos, sem pedir licença ou perguntar em quem votamos. Ela nos força a enxergar o que nos une: a condição de sermos brasileiros.

É hora, portanto, de um resgate. Em nome da Soberania Nacional, que é o bem maior que compartilhamos, é tempo de estender a mão ao nosso vizinho, independentemente de suas convicções, e reafirmar que o pavilhão estrelado pertence a cada um de nós.

Finalmente, sinto que posso voltar a sonhar em ostentar a nossa Bandeira na janela, no peito, na alma, sem o medo de ser carimbado com rótulos que não me servem. Ela deixou de ser um cartaz de comício para voltar a ser o que nunca deveria ter deixado de ser: o símbolo sagrado do Brasil.

E o Brasil, meus amigos, somos todos nós.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

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Respostas do Vento

Dia desses eu entrei ali pelo Parque da Água Branca. Estava na feirinha de orgânicos. Céu de Brigadeiro, aquela paz no meio do Arraiá do Chico Bento.

De repente, bateu um vento mais forte, meio de lado, meio redemoinho, e levantou as folhas secas do chão. Foi uma coisa de segundos, aquele redemoinho marrom e silencioso.

Na hora, a cabeça viajou longe.

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Para Além das Rampas: A Revolução Silenciosa da Lei que nos Convocou a Enxergar

Há quase uma década, tive a honra de me sentar à mesa com mentes e corações brilhantes para tecer os fios de uma das mais transformadoras legislações do nosso tempo: a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Aquela jornada não foi apenas técnica; foi um exercício profundo de Alteridade, uma semeadura de futuro. Hoje, ao olharmos para o caminho percorrido, vemos os frutos, mas também a longa estrada que ainda se desdobra à nossa frente.

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“Beethoven Enxergou o Luar” marca nova fase do Defensor Público André Naves como escritor de crônicas do cotidiano

Após emocionar os leitores com sua autobiografia inspiradora, Caminho: a beleza é enxergar, o Defensor Público Federal André Naves lança sua nova obra: Beethoven Enxergou o Luar – Meditações Para Viver Bem!. O livro chega ao público pelo Selo Contra o Vento da Fonte Editorial e está disponível na Amazon e, também, nas livrarias de todo o país.

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O Congresso Nacional Ainda Pertence ao Povo? O aumento de deputados e a urgência do Voto Distrital

Na calada dos gabinetes, longe dos olhos e do sentir da nação, o Congresso Nacional acaba de cravar mais uma adaga no coração já combalido da nossa democracia representativa. A aprovação do aumento do número de deputados federais de 513 para 531 não é um mero ajuste técnico; é a crônica de um distanciamento anunciado, um passo deliberado para afastar o poder ainda mais de seu titular de direito: o povo.

Esta medida, que aprofunda uma ferida antiga, nasce como uma reação insidiosa a uma decisão do Supremo Tribunal Federal que, pela primeira vez, ousou aplicar o preceito constitucional da proporcionalidade. O que deveria ser um ato de justiça — ajustar o número de deputados à população de cada estado — foi torcido e transformado em seu oposto. O resultado? O que já era ruim, ficou tragicamente pior.

A raiz dessa distorção é amarga e remonta a um tempo de sombras. O entulho autoritário do Pacote de Abril de 1977, criado para manipular a representação popular durante a ditadura, nunca foi devidamente removido. Seus alicerces tortos foram, infelizmente, cimentados na Constituição de 1988. A matemática da injustiça é clara e ofende a inteligência do cidadão: o estado de São Paulo, por exemplo, que abriga cerca de 22% dos brasileiros, tinha direito a apenas 13,6% das cadeiras na Câmara. Com a nova “solução”, esse número cairá para 13,1%. Em outras palavras, o voto de um cidadão em um estado continua, por lei, a valer menos que o de outro.

Essa desconexão numérica gera uma desconexão humana. Quando um parlamentar não deve satisfação direta a um eleitorado definido, quando seu nome se perde em uma lista infindável e sua campanha vagueia por um estado inteiro, para quem ele realmente governa? O grito das periferias, a necessidade do pequeno agricultor, a luta da pessoa com deficiência por acessibilidade e dignidade… tudo isso se torna um ruído distante, facilmente abafado pelo barulho dos interesses poderosos que financiam mandatos sem rosto e sem compromisso local.

É preciso ter a coragem de dizer o óbvio: o modelo atual faliu. E a solução não está em remendos que só alargam o rasgo no tecido social. A esperança reside em uma mudança estrutural, em uma ideia simples e poderosa: o voto distrital.

Imaginemos o Brasil dividido em distritos eleitorais com populações equivalentes. Em cada distrito, um único deputado seria eleito pelo voto majoritário. De repente, a política deixaria de ser um jogo abstrato de siglas e cores para se tornar uma realidade palpável, com nome e endereço. O eleitor saberia exatamente quem é o “seu” deputado. Seria como na vida da gente, onde cada um conhece o vizinho; sabe a quem pedir ajuda e, principalmente, a quem cobrar uma promessa não cumprida. A prestação de contas seria imediata, direta, pessoal.

Há quem tema, com uma lógica que não se sustenta, que o voto distrital apagaria as minorias do mapa político. Nada mais falso. É o sistema atual, opaco e distante, que as invisibiliza. Quando o poder de pressão do cidadão é real e focado, a cidadania ativa floresce. A comunidade, organizada, forçaria seu representante a lutar por políticas públicas de saúde, educação e inclusão que atendam às necessidades locais de todos, sem exceção. A verdadeira força das minorias não está em serem um nicho num sistema falho, mas em serem parte de uma cidadania fortalecida e vigilante.

O voto distrital não é uma panaceia, mas é uma ferramenta institucional indispensável. É a plaina que pode começar a acertar a madeira torta da nossa representatividade. É o caminho para edificar estruturas sociais verdadeiramente mais Democráticas, Inclusivas e Justas, onde o Congresso Nacional deixe de ser um clube fechado e volte a ser a casa do povo.

Essa decisão é um sintoma grave da doença. Mas em vez de nos abatermos, devemos encará-la como um chamado. Um chamado para pensarmos além do óbvio, para reacendermos a chama da esperança e para lutarmos por uma reforma que devolva, enfim, o poder a quem ele pertence. É hora de semear o futuro. É hora de devolver o Congresso ao seu verdadeiro dono: o povo brasileiro.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

Conselheiro do Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

Saudades…

Saudades…

Agora… Até coloquei Laufey para tocar.

A voz dela é meio bossa nova, sabe? Dá um clima legal! Na verdade, ainda não sei bem como começar, pai. Escrever pra você é como jogar conversa pro Universo, mesmo que no meio da sala — lembro do sofá agora vazio, sinto as palavras fugirem feito passarinho…

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Formigas de União!

Tem dias em que a gente sai pra andar sem rumo, mas o coração, teimoso que só, já sabe onde quer chegar. Foi num desses feriados de sol frio que eu e a Ana Rosa saímos pra flanar, pra deixar os pés nos guiarem pelas ruas de um bairro que, naquele dia, não era um bairro, era um templo.

A Rua Caraíbas já tremia antes mesmo de a gente chegar. Era um mar de gente, um rio verde e branco que transbordava das calçadas e dos bares. De longe, já se ouvia o canto que arrepia e o batuque que faz o peito tremer junto com o chão.

Era a torcida, aquela que canta e vibra, apinhada num só corpo, tentando espiar entre uma cabeça e outra o jogo que passava nos telões dos botecos… Copa do Mundo de Clubes. O nome já vinha carregado de um peso, de uma distância.

E lá dentro, e lá fora, em cada roda de amigos, a conversa era uma só… A gente olhava para os estrangeiros, os adversários, como quem olha para gigantes. Eram os bichos-papões, as figuras imbatíveis que, no fim da história, sempre ganhavam. A gente, bom… a gente tava ali pra cumprir tabela, pra encher a festa dos outros.

É um sentimento esquisito, esse de se sentir formiga. Uma sensação de que, não importa o esforço, a dedicação, a paixão, a gente já entrava excluído de toda esperança. E era tão maluco isso! Tínhamos invadido Nova Iorque, Miami, a América inteira! Nossas cores pintavam estádios em terras distantes, nossa voz ecoava mais alto que qualquer outra.

Mas, ainda assim, éramos as formigas.

Mas aí, meu amigo, é que mora a beleza que só a caminhada revela. Olhando para a rua, o clube, aquela multidão, eu vi o nosso verdadeiro superpoder. Vi a gente jovem, com o rosto pintado e a energia de quem pode mudar o mundo, abraçada com os de cabelos brancos ao vento, cujos olhos já viram tantas batalhas, tantas glórias e tantas dores.

Vi o diverso se tornando um. Vi o plural enriquecendo o todo.

Ali, naquele canto que passava de boca em boca, estava a herança mais bonita. Aquela tradição que não se aprende em livro, mas que se recebe no colo do pai, no grito do avô, na emoção da mãe. A tradição de se unir, de juntar as vozes, os corações, as esperanças, e entender que essa mistura é o que nos faz Povo. É o que nos dá força. É o nosso verdadeiro escudo.

E no fim das contas, não é que os gigantes, com toda a sua pose e fama, começaram a derreter? Pareciam feitos de açúcar em dia de chuva. A força deles, que parecia inabalável, era frágil perto da nossa fé coletiva.

E as formigas? Ah, as formigas cresceram. Cada passe certo em campo era um passo a mais na nossa estatura. Cada defesa era a muralha da nossa união se erguendo.

A União prevaleceu. A Vitória veio.

Ali, parado no meio da festa, de mãos dadas com a Ana Rosa, eu vi o ensino do futebol… A gente pode até começar a jornada se sentindo pequeno, desacreditado, com o mundo inteiro apostando contra.

Mas quando a gente se junta, quando a fé de um se soma à fé de milhões, a matemática muda.

É… Aquele dia me ensinou, com o grito mais alto que já ouvi: 1% de chance, quando se tem D’us e um povo unido, é 100% de certeza.