Maratona

Maratona

Eu gostaria de ter escrito esse capítulo no dia 25 de julho… Hoje já é dia 29. Como diz o ditado, “sempre que D´us vê nossos planos, Ele ri”… Também, pudera, os planos são Dele! Claro que a gente tem de se planejar para tudo. Mas, também, nós devemos ter a flexibilidade para adaptar tudo o que foi planejado às novas circunstâncias.

            É que 25 é o dia do escritor! Seria uma forma de homenagem. Logo no dia seguinte, 26, era a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Todo escritor é um maratonista! Vai escrevendo, às vezes se perde, se cansa, cai, mas volta a se levantar e o rio da narração volta a correr por caminhos novos, originais, diferentes do plano original.

            O traçado da maratona tá lá! Mas cada atleta tem sua estratégia, sua história, alimentação, treinos… Seus CAMINHOS!

As ideias iniciais do escritor indicam um destino, mas cada palavra puxa outra por trilhas até então desconhecidas e impensadas. Claro que a gente sempre olha na bússola, procurando uma certa direção…

            Mas assim como o rio contorna as pedras em seu leito, a história meio que vai se escrevendo, e a gente tem de escolher novos, e sempre melhores, caminhos que nos levem ao final.

            O maratonista é um escritor! O lirismo está em sua corrida leve, está em descobrir os melhores caminhos dentro do caminho. Isso é perseverar! Buscar novas alternativas para superar obstáculos. Essa é a missão do maratonista! Essa é a busca do escritor!

            Perseverança!

40 anos desde Los Angeles, 1984, Olimpíada em que teve palco uma das imagens mais emocionantes de todos os jogos olímpicos. Aliás, ela é uma fotografia que sempre aparece. Em toda cerimônia de abertura ela tá lá.

Fotografia é uma espécie de arte que também estimula a gente a enxergar! Essa foto é A PERSEVERANÇA!

Nunca vi a fotografia da maratonista que levou o ouro em Los Angeles. No entanto, é bem comum a lembrança de Gabrielle Andersen, que ficou na trigésima sétima posição naquela prova. Antes de Los Angeles as mulheres eram proibidas de disputar maratonas olímpicas. Aquela era a primeira. Um marco.

Gabrielle perdera a última estação de água. Desidratada e desorientada, além de estar com fortes cãibras, ela levou intermináveis sete minutos para percorrer os 500 metros do Los Angels Coliseum. Mancou, chorou, quase caiu, mas perseverou… Venceu a linha de chegada.

Caiu!

Ouviu os fortes aplausos!

Público! Todos!

Trigésimo sétimo lugar.

Vitória!

André Naves.:

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

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