“Greenwashing”

“Greenwashing”

“Greenwashing” é conceituado como o resultado de procedimentos meramente cosméticos que não alteram a substância da insustentabilidade dos empreendimentos econômicos e sociais. Traduzindo, são mudanças na aparência das atividades, que passam a ser vistas como ambientalmente sustentáveis e socialmente adequadas, enquanto continuam com a mesmas práticas destrutivas e abusivas inalteradas.

Esse fenômeno, quando não combatido, ocasiona um ganho na imagem das atividades. Ou seja, enquanto permanecem em carreira destrutiva, elas colhem os frutos de uma imagem falsa de sustentabilidade e confiança. Empreendimentos, tanto econômicos como sociais, de má-fé há, inclusive, que constroem uma enorme reputação “ESG” em cima dessas ilusões.

Explicando: o bloco “ESG” congrega uma série de princípios harmônicos e interdependentes que, em última análise, privilegiam as posturas e as políticas, tanto públicas como privadas, aptas a conceder efetividade à decente vida humana. Assim, há uma profusão de atividades humanas que devem ser desenvolvidas de maneira a que se gerem sinergias positivas para o Meio-Ambiente e para a Sociedade. Ou seja, sem o respeito a essas diretrizes, a vida comum seria cada vez mais prejudicada: por este motivo, a imagem “ESG” é tão valorizada entre consumidores e investidores.

Na sanha de ganharem atenção desses mercados, essas iniciativas inescrupulosas insistem nas práticas de “greenwashing” para obter lucratividade financeira mais fácil, em detrimento da viabilidade da vida digna no Planeta Terra. Ou seja, o “greenwashing” funciona como um esquema de desvios de recursos públicos para bolsos privados. Em outras palavras, “greenwashing” é corrupção, e, assim, incompatível com o feixe de valores que emanam da noção “ESG” de sustentabilidade.

Nesse sentido, o fortalecimento das práticas de governança (o “G” do “ESG”) é fundamental para eliminar esse tipo de atores do mercado. Para evitar mudanças meramente cosméticas, se faz necessário o fortalecimento de um quadro institucional seguro e estável, que previna e combata essa e outras maneiras de corrupção.

Combate à corrupção é essencial ao “ESG”!

ANDRÉ NAVES

Especialista em Direitos Humanos e Sociais.
Defensor Público Federal. Escritor, Palestrante e Professor. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural.
Colunista do Instituto Millenium, além de diversos outros meios de comunicação. www.andrenaves.com