Meu desejo sempre foi traduzir a sabedoria ancestral dos gigantes de outrora em fantasias, sonhos e memórias. Algo como Carlos Gomes fez quando musicou o espetáculo do nascimento de um novo dia em sua Alvorada… Como traduzir em música o levantar do Astro Rei?
Como explicar o lirismo e o sabor do sentir em palavras? Como iluminar a ignorância do desconhecido? A racionalidade busca lógicas para justificar os desejos mais essenciais, mas as emoções acabam sendo as regentes do nosso comportamento.
Será que Champollion teria decifrado a pedra da Rosetta sem saborear o espírito egípcio? Eu não tenho essa resposta. Pra ser sincero, prefiro nem ter… O fato é que ele decifrou a alva chave para traduzir aqueles hieróglifos e banhá-los com as Luzes da Ilustração…
No entanto, assim como uma simples pedra marcada pode gerar tamanha iluminação, novos conhecimentos são sementes poéticas para toda a Humanidade: Razão e Emoção num abraço fraternal na jornada em busca da Verdade.
Por vezes, somos afogados nas águas violentas da tormenta. O mundo, tão cru e bárbaro, sempre me lembra que nem sempre o sonho é uma trilha aceitável. Que covardia é essa, para que eu me esconda numa poética alienante?
É nessas horas que eu subo nos ombros dos gigantes. É de lá que eu vejo mais longe… Mas não adianta subir até as estrelas se eu não entrar nas cavernas do meu coração…
É lá que eu encontro as ferrugens, mas também ferramentas para a construção constante do caminho que leva às luzes da Sabedoria!
É lá que eu encontro a pedra e a chave para traduzir a alma popular!
AM ISRAEL CHAI!
André Naves
Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor e Comendador Cultural. Conselheiro do grupo Chaverim.