O Futebol ajuda a estruturar a Sociedade Inclusiva!

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O Futebol ajuda a estruturar a Sociedade Inclusiva!

O futebol é o esporte mais popular do globo! As mais diversas emoções e paixões assumem caráter exponencial quando se trata de questões futebolísticas. Seja por se assemelhar aos dramas, e às delícias, da realidade, tudo o que diz respeito ao esporte bretão, também denominado ludopédio, move multidões e ganha caráter épico! A visibilidade, o exemplo, a superação e até mesmo os obstáculos encantam as pessoas e motivam-nas a atuar disciplinada e perseverantemente.

Ainda mais em épocas de Copa do Mundo, quando esse charme futebolístico conquista todo o planeta. Nesses momentos, as minorias, grupos populacionais que independentemente da quantidade encontram-se qualitativamente subjugadas em suas relações de poder, podem, de acordo com as posturas sociais de atletas, torcedores e demais personagens, ganhar destaque e assumir as posições de real protagonismo de que tenham sido historicamente alijadas.

Como exemplo, é possível destacar o papel das mulheres, que, além de possuírem uma liga forte e que ganha, progressivamente, maior visibilidade, têm conquistado posições de destaque nas torcidas e como árbitras, comentaristas, jornalistas esportivas e narradoras. O mesmo fenômeno vem se concretizando em relação a outras minorias, sejam elas sexuais, étnico-raciais, ou simplesmente sociais: a transmissão em tv aberta da final da Taça das Favelas é mais um indício desses contínuos progressos.

A final olímpica do Futebol de Cinco, modalidade paralímpica para pessoas que tenham deficiência visual, transmitida pela tv aberta é mais um desses exemplos que vêm ganhando destaque na atualidade. Claro que ainda há muito a ser feito: a seleção brasileira de futsal down, ainda que seja a atual bicampeã mundial, é pouco conhecida. Entretanto, a movimentação em favor de estruturas sociais inclusivas vem ganhando maior relevância.

Aliás, é fato sabido e facilmente observável, que, geralmente, seleções mais diversas e plurais, em que os diferentes jogadores se sintam pertencentes a um todo maior, costumam ter mais sucesso. Ou seja, times mais inclusivos, geralmente de sociedades estruturalmente equânimes e justas, possuem maior capacidade criativa para superar os obstáculos advindos dos jogos e campeonatos.

Nessa esteira, as pessoas com deficiência, ou seja, todas aquelas que sofrem problemas estruturais com a inclusão social, podendo ser aquelas com diversidade funcional ou as pertencentes a quaisquer outros grupos minorizados, ganham maior visibilidade através do futebol e de outros esportes!

É assim que as paixões suscitadas pelo futebol podem, e devem, ser canalizadas para a edificação de uma sociedade brasileira que se desenvolva de acordo com os pilares da sustentabilidade, igualdade real de oportunidades e Justiça!

ANDRÉ NAVES

Especialista em Direitos Humanos e Sociais.
Defensor Público Federal. Escritor, Palestrante e Professor. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural.
Colunista do Instituto Millenium, além de diversos outros meios de comunicação. www.andrenaves.com