Brasil e o Novo Ciclo de Desenvolvimento Mundial

Brasil e o Novo Ciclo de Desenvolvimento Mundial

A vacinação traz maior dinamicidade ao crescimento econômico. Assim, com a parcial superação da pandemia no mundo aliada aos programas de estímulo econômico que abarcam, principalmente, setores educacionais, científicos, ambientais, de infraestrutura e de proteção social, a economia mundial reunirá os elementos para entrar em um novo ciclo de desenvolvimento em que o Brasil poderá assumir posição de real protagonismo.

Os recursos, portanto, oriundos desses programas de estímulo, em um cenário mundial de juros baixos, buscam novas opções para maior rentabilidade em sua alocação. Além disso, aqueles efetivamente investidos ensejam a majoração da demanda global por insumos e mão-de-obra. Com o aprofundamento do processo de globalização, aliado a uma crescente virtualização das relações trabalhistas, o aquecimento do mercado de trabalho global será um efeito da abertura de novos mercados à concretização dos investimentos oriundos dos programas de estímulo, além dos a eles correlatos.

Entretanto, somente pela ação política criteriosa e planejada, que almeje à inclusão social é que será possível atender às demandas provenientes do aquecimento econômico, bem como ao aproveitamento desse ciclo. O mercado de trabalho exigirá, assim, novas qualificações, que só poderão ser ressaltadas pela inclusão social de setores populacionais dantes marginalizados que, com seu cabedal de experiências e valores morais aprimorados pela educação, pela ciência, pelo esporte e pela cultura, poderá colaborar com o aumento da atividade inovadora, retroalimentadora do ciclo de desenvolvimento.

O Brasil, como anteriormente ressaltado, poderá participar ativamente desse ciclo.  Entretanto, para que essa posição seja alcançada, necessário se faz que a inclusão social, coordenada com a educação, assuma verdadeiro caráter prioritário perante a ação política de cada cidadão. Nesse sentido, as individualidades devem participar politicamente, seja pela fiscalização, seja pela cobrança, do processo democrático de reformismo institucional. Ou seja, cada cidadão possui o dever de buscar a conservação das instituições mais adequadas e eficientes, ao mesmo tempo em que deve buscar o aprimoramento daquelas ainda disfuncionais.

Assim, o Brasil deve construir um ambiente juridicamente seguro, institucionalmente pacificado, fiscalmente responsável, negocialmente otimizado e, acima de tudo, socialmente inclusivo. Nesse cenário, em que cada individualidade é detentora de oportunidades equivalentes, será possível aproveitar, satisfatoriamente, o esperado desenvolvimento econômico global.

ANDRÉ NAVES

Defensor Público Federal, ex-Chefe da Defensoria Pública da União em São Paulo. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural. Escritor e colunista do Instituto Millenium, da Revista de Tecnologia 360, além de diversos outros meios de comunicação. www.andrenaves.com